MARROCOS – PARTE II - MARRAKECH - O lugar mais exótico e diferente que já vi.....
Chegamos...os olhos brilhavam...o coração pulava....a cidade fervia e numa primeira volta decidi que faria outras viagens até Marrakech para o resto da vida. Me identifiquei e me apaixonei. O Hotel que fiquei foi o Marrakech Atlas Asni, uma atração especial que, além de belíssimo, possui um Hamman ousado e imperdível. Como nos tempos antigos, uma pessoa literalmente “te banha”, com direito a uma esfoliação total e os cabelos lavados delicadamente...e depois...uma massagem para finalizar o Hamman....quando terminei, não conseguia achar o elevador para o quarto, tamanho era meu transe! Marrakech tem encantos e vida próprios e se sobrepõem às demais cidades. Começamos pela Torre Koutoubia, irmã gêmea da Giralda de Sevilha que foi construída pelo sultão Yacoub el Mansour. O nome vem do árabe al-Koutoubiyyin, que significa bibliotecário ou livreiro, pois aqui ficavam os vendedores de manuscritos/livros antes da Mesquita.
Passagem obrigatória pelas Tumbas Saadianas do final séc. XVI. Tudo
isso no centro da cidade.
Uma grande surpresa foi conhecer o Palácio Bahia, construído no fim sec.XIX em estilo árabe-andaluz/marroquino. O seu nome significa "brilho". Ahmed ben Moussa foi um escravo que ascendeu socialmente e viveu nesse palácio com 4 esposas e 24 concubinas. Está localizado na parte antiga da cidade, perto do bairro judeu. Quando Ahmed ben Moussa morreu em 1900, o palácio foi saqueado pelos próprios escravos e suas mulheres, restando apenas o edifício que hoje é propriedade do Estado.
Uma grande surpresa foi conhecer o Palácio Bahia, construído no fim sec.XIX em estilo árabe-andaluz/marroquino. O seu nome significa "brilho". Ahmed ben Moussa foi um escravo que ascendeu socialmente e viveu nesse palácio com 4 esposas e 24 concubinas. Está localizado na parte antiga da cidade, perto do bairro judeu. Quando Ahmed ben Moussa morreu em 1900, o palácio foi saqueado pelos próprios escravos e suas mulheres, restando apenas o edifício que hoje é propriedade do Estado.
Chegamos à famosíssima Praça Jemaa El Fna, onde tudo acontece no coração da cidade. Considerada Patrimônio Imaterial da Humanidade, a praça fica na entrada da Medina e ali acontecem espetáculos, comércio, encontros, encantadores de serpentes, vendedores, dançarinos, cantores, acrobatas, além das barracas com as comidas típicas que ficam tumultuadas no início da noite. A praça é imperdível e resume bem o que é Marrakech. Seu nome “Praça Jemaa El Fna (ou Djemaa el-Fna)” vem da tradução de “Assembleia dos Mortos”, pois já foi local onde criminosos eram executados e suas cabeças expostas como exemplo. Foi aqui que conheci a farmácia de produtos naturais, o Argan sendo produzido de forma artesanal, as barracas de frutos secos, as tatuagens de hennas, as roupas bordadas, as pashiminas, as bijôs árabes cheias de brilho. Foi aqui que mergulhei nas compras e na gastronomia....Não consegui ficar à vontade com a prática dos encantadores de serpentes (questões pessoais). Pode-se fotografar tudo, mas com um preço. A Praça merece um dia inteiro para ser visitada, incluindo dia e noite, pois são momentos bem distintos.
E para finalizar em grande estilo, uma tradicional noite berbere (Os Berberes são os povos primitivos que foram dominados pelos muçulmanos e ainda hoje representam 50% da população) com direito a jantar e apresentações típicas. Recomendo para quem visita o Marrocos pela 1ª. vez e ter a chance de conhecer o “folclore” marroquino berbere. Somente nesse jantar consegui tomar algo com “álcool”....
Realmente uma passagem adorável... Sofreu com o terremoto de Lisboa 1755. A cidade tem 9 portas (chamadas em árabe de babs) que dão acesso à velha cidade. A maior e mais bela do Norte da África é a Bab El Mansour, construída em 1732 pelo Sultão Moulay Ismail fundador da dinastia alauíta, descendente de Maomé. Seguimos para o Mausoleu de Moulay Ismail que mais parece um palácio colorido e com uma riqueza dignas de sua dinastia. A morte, em todos os mausoléus que visitei, é retratada com luxo e poder, como se esses reis/sultões fossem enviados e mensageiros diretos de Deus.
Finalmente, Fez, onde nos hospedamos no Hotel Fez Menzeh Zalagh Hotel , localizado na parte nova da cidade. Apesar de ser uma área moderna, tive que ter muito cuidado com o meu comportamento e gestual...até poderia caminhar sozinha nessa região, mas observei que os homens percebiam rapidamente que eu era diferente. Em Fez começou a 1ª. dinastia muçulmana com Moulay Idriss I (refugiado político e alauíta), em 790 DC e a cidade acolheu muitos vindos da Espanha expulsos pela Igreja Católica. Também é considerada um centro religioso e de estudo aberto ao mundo. Foi a cidade que Gloria Perez escolheu para a trama da novela – O Clone. Foi assim que conhecemos as diferenças culturais e sociais que impediam o amor impossível da Jade (uma marroquina) com o um brasileiro. A novela impulsionou o turismo local e a população do Marrocos demonstra uma gratidão especial ao Brasil.
Fez está dividida - Fes el-Bali - a parte mais antiga e a mais visitada por turistas e Fes el-Jdid – a parte "nova" do século XIII, onde fiquei hospedada.
Fes el Bali, essa grande Medina, muito provavelmente do século VIII, tem seus bairros com a estrutura original : uma Mesquita, um Hamman, Medersas, padaria publica e fonte de água potável. Conhecemos uma Medersa (escola de corão), que tem à sua frente o relógio d’água que apontava horas com precisão e ninguém sabia como. Caminhamos um dia inteiro para conhecer o cotidiano dessa Medina. Visitamos Medersa, Mesquita, o bairro judeu, paramos para comprar pão numa padaria publica (um pão equivale a 1 centavo!), tivemos um guia local adorável que nos proporcionou um conhecimento geral sobre a vida numa Medina.e não ecnomizou no bom humor. No caminho das estreitas ruas, dividimos com animais de transporte, crianças indo para escola, idosos olhando o tempo.....além de gastarmos os últimos DIRHANS....pois seria nossa ultima parada para compras. Imperdível a visita numa fábrica de tecidos cuja matéria prima vem da planta que conhecemos como AGAVE. Visitamos um curtume, onde trabalhadores tratam as peles de animais em grandes reservatórios de tintas coloridas. Do terraço pode-se observar a produção e ainda adquirir produtos na própria loja. Achei importante ter um guia local, pois é labiríntica e poderíamos nos perder facilmente.
E já com saudade de tudo isso, fechamos a noite com um agradável e emocionante jantar árabe entre amigos e nos despedimos do Marrocos.
Por mais incompreensível (para nós
ocidentais) que seja o islamismo, seus princípios são simples e fáceis de serem
assimilados e entendidos. Não refletem a visão distorcida que vemos diariamente
nas ações de radicais disseminadas pelos canais de comunicação. São princípios
universais adotados por uma religião...que tem um líder e que é legitimada.....os
princípios islâmicos são parecidos em sua essência com os princípios cristãos (resguardando as diferenças sobre Deus), não esquecendo que Jesus Cristo é considerado um profeta pelos muçulmanos:
o
Shahaada : só existe um único Deus e Maomé é
um mensageiro.
o
Salaat : 05 preces diárias
o
Soum : Jejum durante o Ramadã
o
Zakaat : das esmolas ao pobre
o
Haj : peregrinação à Meca
E assim, deixo aqui mais uma
preciosidade que considero uma dádiva recebida de Deus, qualquer que seja Ele:
Muçulmano, Judeu ou Cristão. O Marrocos abriu minha mente para respeitar e
aceitar as diferenças culturais e a África me fez entender melhor a nossa
cultura e nossa ancestralidade. Salaam Aleikum.....que a paz esteja sobre vós.....
Pra lá de Marrakech... sou da opinião, principalmente depois de ler o livro "SOBRE O ISLÃ", que as diferenças entre essas três religiões são tão mínimas que só me faz entender essas "guerras santas", devido ao fanatismo e radicalismo.
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