EL CALAFATE - ARGENTINA - Entre Amigos no Fim do Mundo – Parte 2
A
cidade está na Província de Santa Cruz e faz fronteira com o Chile, é
extremamente agradável e me pareceu uma versão mais intensa de Campos e Jordão.
Tudo gira em torno dos passeios ao Parque
Nacional Los Glaciares. É nesse parque que fica o danado do Perito Moreno, a maior geleira em
extensão horizontal que está em constante movimentação e diminuição, devido ao
aquecimento global. Tudo em El Calafate
gira em torno do gelo.
Os restaurantes foram vários. Recomendo chegar cedo, pois as filas são um incômodo. Para comer cordeiro (prato típico do local), La Lechuza o Casimiro Biguá, o Mi Viejo (para mim, foi o melhor de todos) e a La Tablita. Para deixar o tempo passar numa tarde fria, parada obrigatória no San Pedro, bar e restô. Mas o que fizemos de mais intelectual foi a tarde no Borges e Alvares – vinho e tio pepe, um bar livraria onde passamos uma tarde inteira falando de história, depois das comprinhas na feirinha de artesanato.
Perito
Moreno nasceu em 31 de maio de 1852, Buenos Aires e morreu em 22 de novembro de
1919, Buenos Aires. Cientista, naturalista e explorador argentino, autodidata e
amante da paleontologia e arqueologia, explorador da região do Rio Negro, aos
23 anos de idade é o primeiro homem branco que chega ao Lago Nahuel Huapi desde
o Oceano Atlântico. Atravessou a patagônia onde manteve contato direto com os
indígenas, estudando o seu passado e origens. Em 15 de fevereiro de 1877 chega
até o Lago Argentino, onde atualmente se encontra a cidade de El Calafate, e
descobre um grande Glaciar que posteriormente foi batizado em sua homenagem
(“Perito Moreno”). Foi nomeado chefe da comissão exploradora dos territórios do
sul Argentino para estudar a possibilidade de estabelecer colônias na região
entre o rio Negro e o rio Deseado. Ocupou o cargo de perito Argentino na
demarcação das fronteiras entre Chile e Argentina, com laudo arbitral do
governo Britânico. Preparou sua obra “Fronteira Argentino-Chilena”, viajou à
Londres para facilitar o laudo arbitral da Rainha Vitória e apresentar uma
exposição sobre o conflito. Por seus trabalhos de perito, a Royal Geographic
Society lhe conferiu a medalha do Rei Jorge IV. Em 1902 recebeu 25 léguas
quadradas de terras na Patagônia por seus serviços prestados à nação, doando em
seguida uma parte destas terras para criar o Parque Nacional Nahuel Huapi,
primeiro parque Nacional da Argentina.
Seu nome é recordado de várias formas na Argentina: Glaciar Perito Moreno, localidade de Perito Moreno e o Parque Nacional Perito Moreno. Na maioria das cidades da Patagônia existe uma rua que leva o seu nome. Foi enterrado no cemitério de La Recoleta em Buenos Aires e em 1944 foi transferido para ilha de Centinela no lago Nahuel Huapi, junto com a sua esposa, onde repousam dentro do parque nacional que fundou. Por determinação da Prefeitura Naval Argentina, cada embarcação que passa frente à ilha deve soar três vezes a sirene para render- lhe homenagens.
Seu nome é recordado de várias formas na Argentina: Glaciar Perito Moreno, localidade de Perito Moreno e o Parque Nacional Perito Moreno. Na maioria das cidades da Patagônia existe uma rua que leva o seu nome. Foi enterrado no cemitério de La Recoleta em Buenos Aires e em 1944 foi transferido para ilha de Centinela no lago Nahuel Huapi, junto com a sua esposa, onde repousam dentro do parque nacional que fundou. Por determinação da Prefeitura Naval Argentina, cada embarcação que passa frente à ilha deve soar três vezes a sirene para render- lhe homenagens.
Os
glaciares são o resultado da neve
que fica no alto da cordilheira do Andes e que derrete, desce e congela, formando blocos
imensos de neve compactada no lago Argentino, também conhecidos como icebergs e
que estão em constante movimento, chocando-se
com o solo. Nesse impacto, o barulho é ensurdecedor, além de ser um espetáculo
dos deuses. Essa geleira é um glaciar que se estende desde a fronteira entre
Argentina e Chile, até o braço sul do Lago Argentino. São 5 quilômetros de
largura e 60 metros de altura e quando a água pressiona num movimento a
geleira, provoca um desabamento na borda. Coisa impressionante e barulhenta. O último
desabamento ocorreu em 9 de julho de 2008. O passeio inclui o acesso via passarela que
chega bem pertinho da borda do Perito. Depois de percorrer toda a passarela
tirando foto de todos os ângulos, seguimos num barco para o ponto de partida para
o trekking no gelo.
Bom, daí para frente, emoções fortes. Ao chegar ao acampamento, somos preparados com os “grampões”, sapatos para caminharmos que são amarrados e dão uma segurança importante. Logo em seguida vem as recomendações: nas subidas, andar com os pés abertos e na descido, inclinar-se com os joelhos flexionados. Em ambas as situações, fixar os pés com força no gelo para que os grampões agarrem o chão para dar a sustentação da caminhada. Evitar se distrair com a cabeça para cima (como se fosse um turista admirando o céu!) e ninguém deve sair da fila, pois o caminho é demarcado pelo guia em função dos movimentos climáticos. De tempo em tempo paradas para fotos e muitas explicações sobre os buracos azuis que se formam nas gretas. Umas finas outras largas e outras verdadeiros abismos. Tudo isso com um vento forte e a sensação térmica “sem noção”.
Depois de 1 hora e meia caminhando, não há mais
prazer (confesso). Frio, dedos congelados e olhando para frente eu só tinha a
vista de estar indo mais longe do acampamento. Nesse momento a gente se pergunta:
o que estou fazendo aqui? O guia que já tem uma vasta experiência de turistas em
quase hipotermia, segue para mais uma pequena subida e, eis que avistamos uma
baixada e um balcão de uísque com gelo nativo. A caminhada chegava ao fim. Finalmente,
avistamos o acampamento e era tanto frio e dormência no corpo que eu e Neslita
decidimos correr até o acampamento depois de 2 doses de uísque. Coisa de maluco
mesmo!
Claro que no final da caminhada a avaliação é totalmente positiva e estamos eufóricos (frio em uísque!). Mesmo com essa sensação de caminhar olhando para o nada (o branco do gelo confunde a visão mesmo) e sentir-se desprotegido diante da natureza, valeu cada minuto e dá até vontade de repetir. O treeking foi mais tenso que a corrida e me fez lembrar porque eu estava com tanto medo de cair: se antes eu achava, agora tinha certeza que o mundo definitivamente está de cabeça para baixo!!!
Bom, daí para frente, emoções fortes. Ao chegar ao acampamento, somos preparados com os “grampões”, sapatos para caminharmos que são amarrados e dão uma segurança importante. Logo em seguida vem as recomendações: nas subidas, andar com os pés abertos e na descido, inclinar-se com os joelhos flexionados. Em ambas as situações, fixar os pés com força no gelo para que os grampões agarrem o chão para dar a sustentação da caminhada. Evitar se distrair com a cabeça para cima (como se fosse um turista admirando o céu!) e ninguém deve sair da fila, pois o caminho é demarcado pelo guia em função dos movimentos climáticos. De tempo em tempo paradas para fotos e muitas explicações sobre os buracos azuis que se formam nas gretas. Umas finas outras largas e outras verdadeiros abismos. Tudo isso com um vento forte e a sensação térmica “sem noção”.
Claro que no final da caminhada a avaliação é totalmente positiva e estamos eufóricos (frio em uísque!). Mesmo com essa sensação de caminhar olhando para o nada (o branco do gelo confunde a visão mesmo) e sentir-se desprotegido diante da natureza, valeu cada minuto e dá até vontade de repetir. O treeking foi mais tenso que a corrida e me fez lembrar porque eu estava com tanto medo de cair: se antes eu achava, agora tinha certeza que o mundo definitivamente está de cabeça para baixo!!!
Foram
10 dias intensos e diferentes no Fim do Mundo (ou o começo dele...depende de
onde você está). De certo, o que eu trouxe dessa viagem foi a intensidade de
fazer coisas diferentes, fortes e leves seja na corrida, no trekking, com frio,
vinho, enfim....e todas as noites acabávamos em uma mesa, rindo e comemorando o
dia. Não é assim que se constroem histórias? É ao redor de uma mesa que as
pessoas se olham, se entendem, se conhecem, riem, planejam,
agradecem...enfim...ao redor de uma mesa as pessoas simplesmente são (não
estão).
Créditos: algumas
fotos publicadas no blog foram gentilmente cedidas/compartilhadas pelo grupo
que estava na viagem.
Faltou-lhe a velha e boa cachaça brasileira, para dar uma forcinha..., rsrsrsrs...
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